A equipe do Trekking Easy divulga uma matéria
do jornal Folha de São Paulo, no intuito de alertar a triste realidade de
vários Parques Nacionais, os quais deveriam ser vistos com mais cuidados pelo
Governo do País, segue a matéria abaixo:
Tanto os estudos do Pnuma e do Funbio como
especialistas afirmam que uma parte do valor para a manutenção dos parques
poderia vir da receita gerada pela cobrança de ingressos. Mas, para isso, os
locais precisam ter uma infraestrutura básica, com centro de visitantes,
banheiros, mapas, lanchonetes e trilhas sinalizadas.
"Sabemos que as Unidades de Conservação
ainda não recebem recursos suficientes para arcar com todos os custos de
manutenção", diz o estudo do Funbio.
Cortes no orçamento
O orçamento do ICMBio sofreu dois cortes em
2013. E ficou em torno de R$ 516 milhões. Do total, mais da metade é destinada
para despesas fixas, como folha de pagamento dos servidores. Com o restante, o
órgão tem que fazer malabarismo para pagar despesas básicas de todas as unidades
de conservação do país, inclusive os parques.
"O Parque Nacional da Serra da Capivara
não é exceção, é a regra. Eles estão mal, porque nunca foram prioridade
política e a população, em geral, também não sabe bem o que é um parque
nacional e seus importantes objetivos, em especial, na proteção da
biodiversidade", opina Maria Tereza Jorge Pádua, membro da comissão
mundial de Parques Nacionais da União Internacional para a Conservação da
Natureza e dos Recursos Naturais.
Além da falta de recursos, na maioria dos
parques nacionais há um déficit de funcionários. "Existe um funcionário
para 150 mil hectares e menos de um dólar por hectare. Parece brincadeira, mas
é a situação. O que mais revolta é que o país gasta bilhões em estádios de
futebol ou em uma hidrelétrica e não aplica recursos para a implantação do
Sistema Nacional de Unidades de Conservação", afirma Pádua.
Outro problema é a regularização fundiária.
Mais da metade dos parques estão em situação irregular. Segundo Ferreira, a
criação das unidades de conservação é um fenômeno recente no Brasil, surgida,
em grande parte, nos últimos 30 anos.
"A criação destas novas unidades não foi
acompanhada pelos investimentos na escala necessária a sua efetiva implantação.
Nem mesmo a regularização fundiária, prioridade para implantar uma área, foi
realizada em muitas unidades", afirma a especialista do WWF-Brasil.
Mas, apesar dos problemas, especialistas
reforçam que a criação dessas áreas são fundamentais para a preservação dessas
regiões. "Apesar de todas as dificuldades, uma vez criada essas unidades,
oficializadas e reconhecidas, elas já cumprem um papel importantíssimo de frear
as intervenções e perturbações no ambiente natural", reforça Luiz Paulo de
Souza Pinto, diretor de biomas da ONG Conservação Internacional.
* Fonte:
Folha de São Paulo
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